O que é ceratocone?
O Ceratocone é uma doença ocular que afeta o formato e a espessura da córnea, provocando a percepção de imagens distorcidas.
A doença tem caráter progressivo e sua agressividade é maior quanto mais jovem for o portador.
Na sua fase inicial, o ceratocone apresenta-se como um astigmatismo irregular, uma tortuosidade da córnea que leva o paciente a trocar com frequência os óculos ou lentes de contato devido ao aumento ou oscilação do grau.
O diagnóstico definitivo desta patologia é feito com base nas características clínicas e com exames objetivos como a topografia e paquimentria corneana, além de exames mais modernos como as tomografias de córnea (galilei e pentacam).
Você deve estar curioso quanto aos sintomas, vamos falar sobre eles?

O principal sintoma é a visão borrada e distorcida, que pode ser discreta ou severa, a depender do nível de evolução da doença. Alguns podem relatar diplopia (visão dupla), poliopia (percepção de várias imagens de um mesmo objeto), halos em torno das luzes e fotofobia (sensibilidade excessiva à luz).
A coceira dos olhos não é uma consequência do ceratocone mas sim a principal causa dele. É justamente a fricção do globo ocular associado ou não a fatores genéticos que tornam a córnea mais suscetível ao surgimento a distorção corneana encontrada no ceratocone.

Tratamento de Ceratocone:
O tratamento do ceratocone é baseado em 3 pilares:
- Controle da alergia ocular
- Controle da progressão da doença
- Correção do erro refracional, seja com óculos, lente de contato ou cirurgia.
Não existe pensar em controle da progressão da doença se o paciente continua a coçar os olhos, por isso essa etapa é tão importante.
Como fazer a doença “parar”?
Cientificamente, temos constatado que o procedimento capaz de parar a progressão da doença que está em atividade é a cirurgia de Crosslinking de colágeno.
- Crosslinking: a associação de uma vitamina, chamada riboflavina, com a irradiação de luz ultravioleta, aumenta a força de ligação das fibras de colágeno da córnea aumentando sua resistência mecânica. Com isso, há menor chance de progressão do ceratocone num período médio de 5 anos a 7 anos

Quais as opções para o paciente com ceratocone enxergar melhor?
- Óculos: A primeira opção que o paciente recebe é a prescrição de óculos, na maior parte das vezes em casos iniciais da doença, quando o astigmatismo irregular ainda é baixo e é possível obter uma acuidade visual aceitável.
- Lentes de Contato: A partir do momento em que os óculos não conseguem fornecer uma acuidade visual satisfatória, a lente de contato é a próxima alternativa e geralmente a que vai proporcionar uma das melhores qualidades de visão dentre todas as opções de tratamento para o ceratocone.

- Implante de Anel Corneano: envolve o implante de um ou mais segmentos semiciculares de acrílico ao nível do estroma da córnea com o intuito de regularizar a superfície corneana permitindo que a a correção complementar com óculos ou lente de contato proporcione uma visão melhor. A cirurgia é rápida, indolor e o paciente pode voltar para o trabalho ou outras atividades em poucos dias.

- Transplante de Córnea:
Nos casos de ceratocones que progridem a ponto de a correção visual já não ser mais satisfatória ou até possível com outros métodos mais conservadores, como óculos, lentes de contato ou implante de anel, o transplante de córnea torna-se a melhor opção. O procedimento envolve a substituição da parte central da córnea doente por uma córnea doadora, a qual será suturada com pontos de nylon, os quais ao longo do tempo deverão ser retirados até que se alcance níveis satisfatórios de astigmatismo.
Embora o procedimento tenha finalidade ótica, ou seja, de proporcionar melhora da acuidade visual, não é uma cirurgia refrativa, em que se corrige o grau de maneira a reduzir ou eliminar a dependência dos óculos.
A retirada dos pontos se inicia entre 4 e 6 meses após a cirurgia, quando a visão também tende a melhorar geralmente sendo necessário associar uso de óculos ou lentes de contato.
O transplante pode ser de toda a espessura corneana (também chamado de penetrante) ou então lamelar anterior (em que se conserva uma fina camada posterior). A escolha da técnica é definida em consulta com seu médico oftalmologista especialista em córnea.
